terça-feira, 16 de novembro de 2010

Queima o tempo...

Queima o tempo
Quando passas os teus dedos no meu rosto
Queimam-se da minha vida as pétalas
Num intenso fogo que por mim foi posto
E queima, queima, queima
Dia após dia, neste enredo
Confuso e desonesto
Espalhando no ar apenas rastos do que sou
Caminhos queimados de medo
De incertezas, do que não é concreto
Queima o tempo
Queimam-se os dias, as horas, os minutos
Num frenesim iluminado
E quando olho para trás
Vejo apenas momentos desnudos
De um qualquer sonho por mim desejado
Queima o tempo
Quando me olhas por dentro
Quando despejamos as palavras
Num sopro de um vento
De uma vida desperdiçada
Queima o tempo
E eu já não o consigo agarrar

Conceição Lourenço

3 comentários:

  1. Boa tarde Conceição,
    quantas vezes queimamos o tempo na espera indefinida que nos arrasa por dentro!

    Lindo o seu poema, prevejo aqui uma poetisa de fibra!

    Beijinhos,
    Ana Martins

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  2. Na vida vivemos a intensidade de constante arder.
    Cadinho RoCo

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  3. Conceicao, como estás querida? E David?
    Estive um longo tempo afastada da net, mas ora retorno e deixo-te um grande beijo, no desejo que estejas super bem, apesar de todas as circunstancias que a vida nos oferece, e que podem nao ser tao boas.
    Lindo poema!
    Uma semana abencoada por Deus!

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